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Homenagem ao "Pai de Todos",o médico humanista ,Dr. Aloise Ragone

  • Foto do escritor: nancy Gonçalves
    nancy Gonçalves
  • 19 de nov. de 2017
  • 4 min de leitura

O PAI DE TODOS NÓS!

Não sei onde terminará este intento de homenagem: é muito difícil falar sobre mestres e gênios. Estes são dotados de habilidades e dons mais que especiais.

Um homem, carioca, visto como o forasteiro salvador: Um médico vindo do Rio de Janeiro, para os confins de Bambuí, era algo quase raro.

Não sei bem se sua vinda foi proposital ou , felizmente, estávamos predestinados a ganhar um presente enviado pelos deuses do bem.

Aloise Ragone, até então , um jovem medico, chega para ocupar a vaga de clínico Geral de um hospital simples, voltado para pessoas simples.

Sua sabedoria era inegável e inquestionável. Salvou um jovem que nascera com a enfermidade que matara sua avó( hepatite c). com métodos questionados pela família do jovem, o grande mestre Aloisio, consegue, em uma única manobra de obtenção de veia, puncionar um espaço na jugular, salvando aquele jovem do óbito iminente.

Esse jovem , hoje, tem a honra e o prazer de escrever sobre ele.

Durante mais de 50 anos, Dr Aloise levou alento à todos que o procuraram. Ultrapassava horários de trabalho, dobrava seus plantões, fazendo de sua profissão um sacerdócio.

Nunca, em tempo algum, era visto de mau humor ou ocupado para quem precisasse dele: cumprira , à risca, o juramento de Hipócrates ”PROMETER QUE AO EXERCER A ARTE DE CURAR, MOSTRAR SE SEMPRE FIEL AOS PRECEITOS DA HONESTIDADE, DA CARIDADE E DA CIÊNCIA.”

Quantas vidas trouxera ao mundo. Quantas vidas resgatou da morte. Quanto de seu tempo em família fora trocado pelo tempo de famílias alheias que o tinham como única e fiel esperança. Quantas lágrimas enxugou , quantas más notícias teve que dar e quantos desesperos consolou.

Com um caminhar calmo seguro, um andar daqueles que reconhecemos nos homens corretos e seguros( pouco visto na atualidade), era sempre o primeiro a chegar no hospital e o último a sair. Parecia que tinha feito um trato com “o senhor do tempo” que lhe desse mais horas/minutos/segundos para que mais vidas pudesse tocar.

E tocou!

Fomos e somos filhos/pacientes deste homem.

Às vezes, o procurávamos (aqui me coloco neste papel) para uma simples conversa. Aquelas palavras ditas com tanto afeto, substituía qualquer medicamento: era a própria cura!

Se fosse feita uma estatística, em nossa cidade, sem medo de errar, diria que 99% da população, nos últimos cinquenta anos, passou por suas mãos.

Como não ser grato a um homem que desvestiu seu jaleco de médico, e vestiu a mesma roupa daqueles que necessitavam dele. Paciente e médico era um só!

Aquela sala, a primeira sala à direita de quem entra, sempre será o consultório dele: Não acredito em substituições de coisas e pessoas. Ele é único no que ainda faz!

Pode não estar mais lá. Porém , sua presença invade , até mesmo, o espaço vazio.

Este professor, escritor, paciente, aquariano como ele, sente se honrado em poder falar do amigo/pai e médico.

Sempre o chamei de pai dois: não era preciso a genética para afiliar me a ele: sentia me e sinto sempre membro da família.

Seus feitos sempre serão contados: tem sempre alguém contando sobre algo digno feito por ele.

Seus ensinamentos perpetuarão em seus descendentes e discípulos de trabalho.

Um sacerdócio de 55 anos dedicado a curar vidas, não poderia passar em branco.

Em nome desta terra e deste povo, eu lhe agradeço , DOCTOR(não encerraria esta homenagem , sem a intimidade conquistada).

Quero terminar minha crônica de uma forma nunca feita. Deixo, à todos que não conhecem, o juramento de Hipócrates. Entenderão o porquê homenagear Aloise Ragone.

"Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: Estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.

Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva. Conservarei imaculada minha vida e minha arte.

Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.

Em toda casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução, sobretudo dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.

Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça."

Crônica por Glaucus Lemos

 
 
 

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