"Mulheres que Inspiram"!
- nancy Gonçalves
- 15 de jun. de 2017
- 4 min de leitura

Gesi Amorim de Castro e Lemos
A FILHA DE CARMÉLIA Quando me foi solicitado escrever sobre uma mulher que inspirasse outras pessoas, logo pensei em minha mãe. Não por ser minha mãe.Mas, por ser uma mulher além de seu tempo, vanguardista e empreendedora. Gesi,75 anos, escorpiana (filha do fogo), mãe, avó e conselheira. Fruto de um casamento folheinesco, essa mulher veio a este mundo por determinação própria. Imagino que, no plano superior, tenha “batido muita boca” com o ser supremo, para descer a este mundo e fazer valer sua vinda. Ela não deveria estar aqui. No casamento de sua mãe, um tiroteio quase tira a vida de sua progenitora. Um fiel capataz de seu avô, movido pela ignorância e servidão, acreditou nas palavras de seu senhor e patrão, que se fizesse todo o trabalho bem feito, teria a mão de Carmélia. Nesta época, não dividia-se fortuna: somava se. Duas famílias de grandes fazendeiros estavam unindo-se. Carmélia apaixonada: Saul, não. No percurso para a festa das bodas, o fiel capataz atira no casal. Não acreditava que ficaria sem a promessa, que um dia lhe fora feito. O casal sobreviveu. O capataz foi esfaqueado por um membro da família. Naquela época , valia a lei de Talião: olho por olho, dente por dente! O tempo passa e Gesi, a filha do meio, a número dois, aquela que teria tudo para ser a esquecida (visto que aos primogênitos e aos caçulas tudo, aos do meio, nada) chega como salvação de toda uma geração. Cresceu em meio a riqueza da qual toda filha de fazendeiro crescia. Recusou aos estudos. Não precisava deles. Aprendeu tudo com a vida. Quando lhe era perguntada o porquê de não estudar mais, ela sempre respondia:”quero o casamento. Quero FAMILIA, FILHOS e NETOS. Como punição de re-negar aos estudos, sua mãe meses para aprender todas as prendas, que uma moça de sua idade e casta deveriam saber: LAVAR, PASSAR, BORDAR, COSTURAR E SER BOA ANFITRIÃ. Aprendeu com e por gosto. Queria, e sem saber de sua magia alquímica, quanto mais aprendia, mais seu amor chegava. Conheceu seu único homem e marido, aos treze anos. Casou se aos 21: não sairia de sua casa sem a percepção de um conforto e segurança dada por aquele que a desposara. Transformou se na maior e melhor modista de sua cidade. Enquanto ninguém conhecia alta costura, ela já reproduzia vestidos de gala, exibidos nos folhetins das novelas das oito. Filha de Maria, católica por opção, mas de uma mente aberta à todas as crenças e maneiras de se fazer chegar ao superior. Contara me, uma vez, que na época da falência de seu pai, foi obrigada a trabalhar em empregos não dignos, para uma moça de sua classe. Fez foguetes e bombinhas. Trabalhara na fábrica de foguetes. Era filha do fogo! Que lugar melhor para reencontrar se e reerguer se? Sobreviveu ao incêndio famoso desta fábrica. Nunca mais voltou ao seu templo de magia. Foi feliz lá. Dizia ela, que todo seu enxoval fora extraído das fagulhas que produzira nesta fábrica. Não precisou de nenhum centavo de seu pai para fazer seu tão sonhado casamento. Teve três filhos. Os educou com maestria. Acordava às quatro da manhã, para dar conta de todos os afazeres. Cresci, ouvindo o pedalar da máquina de costura e as orações feitas à noite. Sempre tivera o espírito altruísta. Foi vicentina e presidente da Vila Vicentina de Bambuí, por anos. Foram os anos mais prósperos daquele lugar. Fazendo com que fosse eleita a mulher do ano, em um baile local. Hoje, com a mesma vaidade e otimismo, leva sua vida a inspirar pessoas de todas as idades. Não nega uma palavra a ninguém. Colhe os frutos de uma vida quase celibatária ( 58 anos mulher de um único homem. Não teve prazeres alheios, e nem arrepende se disto). Falar de Gesi Amorim de Castro e Lemos, é resgatar uma história de muitas mulheres que fizeram de sua vida do lar, uma devoção prazerosa, não um fardo Ainda hoje, é vista por toda a cidade, fazendo seu trabalho filantrópico. Palavras de minha entrevistada e mãe: “Minha maior mo-tivação são meus filhos, o orgulho que me dão, o amor que escolhi ter e aos mais necessitados que ajudo: sou parte deles”. Que a simplicidade, mas a força de vida desta mulher, possa contagiar à todos. O simples sempre é mais requintado. Falar de minha mãe, é enxergar que a idade não abafa o desejo nem a vontade de conhecer. Salve minha mãe! Salve todas as Gesis, que encontrarmos por aí!
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Elza Leonel
“É meiga, doce mas de personalidade forte e inteligente. “Nos lábios, sempre um sorriso. “É o coração ardente. “Adora a aventura de viver e curte cada momento, como se estivesse no frescor da juvenventude. “Reunião de família, é o seu maior prazer desde que consiga inserir neste encontro uma viagem onde ela rejuvenesce e se torna radiante. Viajar é seu hobby principal “Em seus 90 anos, é pura energia, sua fé inabalável em Deus, faz com que ela não perca a esperança no amanhã. “É muito vaidosa, aprecia a arte de bem vestir. “Gosta de ler e saber o que se passa no mundo. “Maior do que o amor que ela devota às sua filhas, é o amor inesquecível ao seu amado esposo, Dr. Jasper. ´
Por Riquelme Silva
Nosso exemplo, Nosso orgulho , Nosso tesouro., Amamos demais você mãe querida. com Kassandra Lamare, Rosegalle Leonel, Grazziane Leonel, Riquelme Silva
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